No ano de 1983, com 14 anos eu já tinha um plano de vida: fazer contabilidade, depois faculdade de Administração de Empresas, ganhar dinheiro suficiente para dar estabilidade financeira para minha família. Eu achava que isso acabaria com as constantes brigas entre meus pais (isso me deixava muito triste). 


Meu pai era alcoólatra e jogava em jogos de azar, de forma que minha mãe tinha que ser responsável pelo sustento da família.

Em janeiro daquele ano, iniciei meu plano, vindo para Itu morar com meus tios, me matriculei na oitava série e arrumei um emprego. No ano seguinte, pensava em me matricular numa escola de contabilidade na cidade e seguiria meu plano. Em julho de 1983 meus pais, com meus irmãos, se mudaram também para Itu.


Em um domingo de setembro daquele ano, estávamos todos na casa dos meus tios, quando meu pai e minha mãe iniciaram uma discussão – meu pai tinha bebido e começou a se jogar contra o muro – chegou a quebrar um dente. Os homens que estavam ali, não estavam conseguindo segurá-lo. Eu, envergonhada e também com medo que ele se matasse, entrei no quarto da minha tia e, atrás da porta, me ajoelhei e falei “Deus, se o Senhor não fizer alguma coisa eu me mato, porque não vou aguentar passar por isso a vida toda”. A princípio, parecia uma ameaça, mas na verdade era um pedido de socorro e foi assim que os ouvidos bondosos do nosso Deus, ouviram.


Eu não sei quanto tempo fiquei ali chorando atrás da porta, mas sei que de repente minha mãe se lembrou que havia uma igreja evangélica próxima dali, foi até lá para pedir para que o pastor fosse até a casa de minha tia orar por meu pai. Ele não estava no momento, mas logo em seguida que minha mãe voltou, o pastor chegou. Pediu para soltarem o meu pai, orou por ele e ele ficou bom. 


Na quarta seguinte, meus pais foram na igreja. Segundo meu pai, ele foi para pedir desculpas para o pastor pelo incidente. 

No domingo seguinte, alguns jovens da igreja foram até nossa casa. 


Eu estava dormindo e acordei com um lindo hino “Podes tu também dizer sou um dos tais?”. (Hino n° 340 - Harpa Cristã). Como era muito tímida, não saí do quarto, apenas fiquei escutando aquela música. Quando foram embora, perguntei para minha mãe se ela iria à igreja e se eu poderia ir também. Fui, e ali conheci o grande amor de Jesus por mim, que fez com que Ele ouvisse aquela frase dita, atrás de uma porta, como um pedido de socorro e viesse em meu auxílio.


Mesmo assim, meu pai não parou de beber e, por causa disso, meus pais acabaram se separando. 


O que mudou então? Mudou dentro de mim!!!! 


Eu conheci o Salvador Jesus e o seu grande amor por mim, que fez com que desse a própria vida pelos meus pecados! Isso fez toda a diferença. 


A tristeza e os sentimentos depressivos, deram lugar à esperança e certeza que, mesmo nas maiores dificuldades, Deus estaria ali, no controle de tudo.